Nightmare Wings - Gaia Online Vampire kiss: janeiro 2011

Linke-me


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CAPÍTULO 14 - Distrações

Por sorte a minha próxima aula ia ser justamente a de história. Isso vai me poupar do fato de ter que sair de novo para outra sala, e enfrentar os diversos olhares que vou ter que enfrentar lá fora. Mais sorte ainda foi Agatha, que também ia ter aula de história no mesmo horário, assim pude ter uma companhia agradável. As aulas foram calmas para mim, ninguém me perguntou nada, ninguém falou nada comigo, só mesmo Tiffany, Agatha, Scotty e Theodore que estavam indignados com o ocorrido. Fui chamada para a secretaria, e não, eu não levei bronca nenhuma como devem estar pensando, só que nessa situação, de eu chegar ao ponto de fazer o que fiz, significa, para a escola, que estou tendo alguns problemas com alguns dos estudantes. No meu caso são duas pessoas em particular e se bobear posso estar com problemas com 2 irmãos adotivos e duas amigas de uma certa garota.
- A direção da escola conversou um pouco sobre o assunto... - A moça da secretaria começou a falar enquanto terminava de imprimir um papel - E decidiram que é melhor você ficar uns dias sem vir a escola, para ver se consegue diminuir essa "nuvem de tensão". - A mulher pegara a folha que imprimiu e entregou a mim.
Eu li e depois exclamei. - Quatro dias? Então vou ficar o resto da semana afastada!
- Acha que vai conseguir pegar as matérias?
- Sim, vou, minha amiga pode ir lá em casa e me passar os deveres.
- Que bom. Aliais, a escola também já falou com seu pai sobre isso, e acho que você deveria conversar com ele.
- Ah.... Tudo bem então.... - Tentei não demonstrar frustração, coloquei a mão no lado pescoço e inclinei um pouco a cabeça pra trás e inspirei todo o ar dos pulmões.
A moça da secretaria estava atendendo a um telefonema, e então fui até a janela e vi, tudo nublado e chovendo, combinando com a minha situação não?!
Era exatamente a hora da saída quando me liberaram. Não dei olhar pra ninguém, Tiffany me acompanhou com a postura de um guarda-costas e com aquele olhar de: "Se perguntar algo eu mato".
Atravessamos o estacionamento para falar com o pessoal. Deixei meu cabelo cair a minha esquerda, e assim, por entre o mesmo, observei Hiiro a uns 5 carros depois, seus dois irmãos estavam de costas para mim, conversando com ele, que estava encostado no eclipse prateado, braços cruzados e olhando pra baixo. Mas quando vi ele levantando a cabeça na minha direção desviei o olhar. Nem deu para ver a expressão no rosto dele. Mesmo assim eu não queria que meus amigos percebessem. Na volta para casa, Tiffany continuava a falar sobre o assunto, falando mal do Hiiro e como ela queria dar uma surra nele, também falou da Lauren, e a xingou até não poder mais por ela ter pego o celular dela e feito o que fez. Até que isso me animou um pouco.
Em casa, eu preguei o papel que falava sobre meu afastamento na geladeira. Subi as escadas e joguei a minha mochila no chão, nem liguei. Entrei no chuveiro, esperando que a água levasse tudo isso para longe de mim. Amarrei a toalha em volta do meu corpo e outra toalha nos meus cabelos, andei até meu quarto e sentei na cama, olhando para o corredor com a porta aberta, Simon não estava em casa. Demorei alguns minutos até reorganizar os pensamentos o suficiente para levantar e vestir uma roupa. Descalça, desci ao primeiro andar. Me surpreendi com uma caixa bem no meio da sala, era grande cheia de furos nas laterais, e um papel em cima escrito:
"Para você minha princesinha da neve, ele estava com tanta saudade quanto eu. 
Abraços, tio Fred."

Fred é o irmão da minha falecida mãe, e os cães de trenó da minha mãe ficaram com ele. Vi outro bilhete, desta vez de Simon, que dizia que não tinha problema em ficar com ele. Mas de quem estão falando? Foi nesse momento que ouvi um latido, e foi nesse ponto que eu abri um largo sorriso. Abri a caixa e um Husky Siberiano, preto e branco de olhos azuis, pulou em cima de mim.
- Demo!! Que saudade!! - Disse, enquanto ria e acariciava o meu cachorro favorito, dentre todos que minha mãe tinha.
O Demo, de alguma forma, sempre foi o mais querido por nós. Ele té apegado a mim de tal modo, que não me surpreendo dele estar fazendo essa "festa" toda com nosso reencontro. Tio Fred também foi muito legal em mandar algumas coisas do Demo, como a guia dele mas vou ter que achar uma coleira com identificação apropriada para ele.
Acariciando o pelo do pescoço dele, disse. - Titio Fred te enviou em boa hora.... Preciso mesmo de uma companhia para o resto dessa... Terrível semana.
Passei a maior parte do dia mostrando a casa para Demo, e dizendo pra ele aonde não podia entrar. É claro que eu falava até ter certeza que entendeu, o que não foi difícil parece brincadeira, mas Demo é um daqueles cães super inteligentes e muito bem treinados. Se bem que ele as vezes parece inteligente até demais.
Estava anoitecendo, mais ou menos 6 ou 7 horas da tarde/noite. Tratei de ir a loja de animais comprar a ração do Demo e talvez alguma coisinha ou outra. No caminho meu estômago formigou ao ver Lauren e suas duas amigas Ângela e Marina, eu as ignorei, mas quando elas me viram entrando na loja de animais ouvi a voz de Lauren.
- Desista Yasashii ninguém vai querer comprar você.
- Comprar? Eu acho que nem adotar alguém iria querer ela! - Disse Marina em um tom zombeiro.
Eu tentei ignorar isso.
As três ficaram do lado de fora rindo da vida antes de irem embora.
- Vida difícil? - Falou o atendente
- E você não tem ideia... - Respondi
Voltei para casa triste, mas como falam, os animais, principalmente cães, ajudam muito para tirar a solidão e também em nos deixar mais felizes, e ao ver Demo eu fiquei muito feliz. Coloquei a comida para ele e comecei a fazer o jantar antes que meu pai chegasse.
Quando ele chegou, não comentou nada sobre a escola, ainda. Na hora em que estávamos comendo Simon começou:
- O que te fizeram?
Engasguei um pouco por ele ter me pegado de surpresa, mas respondi. - Nada de mais....
- Mas você deu um tapa na cara de um aluno Yasha!
- Esta com raiva?
- Talvez, mas de qualquer forma entenda que não precisa fazer isso Yasha, é para isso que eu estou aqui. Agora, da próxima vez venha falar comigo antes de fazer o que fez.
- Sim papai... - Falei, abaixando os olhos para o prato.
Simon deu um leve sorriso, querendo aliviar o desconforto do sermão - Mas vejamos pelo lado bom, você tem capacidade de se defender até certo ponto.
- Isso mesmo pai, "até certo ponto" - Lembrei da noite em que fui cercada por aqueles homens e... Hiiro me salvou. 
Quando eu pensei nisso eu mordi o lábio inferior e o expulsei de minha mente. Na hora de ir dormir, eu só pensava no que tinha acontecido mais cedo. Rolei para a beira da cama para acariciar Demo, que estava dormindo no tapete bem ao meu lado. Deixei uma lágrima cair e então adormeci.
Acordei sem vontade de nada, nenhuma. Não sabia o que fazer, mais uma vez Simon tinha ido embora para o trabalho mais cedo, ele esta tendo mais casos ultimamente, depois do café fiquei andando pela casa, até que Demo me deu uma idéia. Ele pegou a guia e me entregou e foi até a porta, ele olhava pra mim e para a porta.
- Então tá, vamos passear. - Falei com um sorriso no rosto.
O dia estava nublado mas sem previsão de chuva, andei pelos arredores de Forks, e perto da floresta mas Demo se recusava ir até lá, sei que é alguma coisa mas estou ignorando. A maioria das pessoas olham para mim, por causa do Demo afinal ninguém em Forks tem um Husky Siberiano. Estava tudo indo bem, só que encontrei Tiffany no caminho e ela acabou me convencendo de acompanha-la até o colégio. E como os outros habitantes de Forks, todos no estacionamento do colégio olhavam para o Demo e para mim, mas o ele estava olhando para uma unica direção. Tentei acompanhar o olhar dele e tremi ao perceber Hiiro olhando pra mim, sua expressão era ilegível. Eu não tinha certeza do que ele poderia estar pensando.
Desviei o olhar rápido, me despedi dos meus amigos e continuei meu passeio, foi quando me passou pela cabeça a ideia de ir ver Simon e perguntar porque ele anda tão ocupado ultimamente. Ao chegar na delegacia eu amarrei Demo em um poste e o mandei ficar quieto. Ele sentou obediente, beijei a cabeça dele e entrei na delegacia. Meu pai estava conversando com um amigo dele, que vive na reserva, seu nome é Jonas. Lembro de quando vinha para Forks as vezes ele e meu pai se reuniam para ver o jogos ou para pescar. Eu ficava brincando com o filho dele, éramos muito próximos mas depois que minha mãe teve seu primeiro ataque cardíaco eu fiquei com muito medo de ir ver meu pai e quando voltar minha mãe não estar mais viva, isso faz muito tempo qual era mesmo o nome dele...
- Yasha!! - Alguém me chamou, o que me fez olhar para o lado, e vi um rapaz que aparentava ter a minha idade.


- Ah... Oi? - Perguntei
- Não se lembra de mim Yasha? Sou eu, Tsume!
Coloquei a mão na testa. - É claro! Tsume, Garras em japonês! Como pude esquecer de você? - Falei isso e o abracei.
- Que saudade de você Yasha, quando a vi entrando, eu não acreditava que era você. Cresceu bastante desde a ultima vez.
- Nhé, eu não vou ser tampinha pra sempre né! - Brinquei.
- Parece que não precisamos mais de apresentações por aqui. Não é? - Falou Simon.
- Engraçado, Yasha não deveria estar na escola? - Perguntou Jonas.
- É que eu tive um... desentendimento com um colega e decidiram me afastar esta semana, para que as cosias se acalmem.
- Como assim desentendimento? - Perguntou Tsume, curioso.
- Dei um tapa na cara de um garoto. - Falei, na maior tranquilidade.
- Quem foi?
- A curiosidade matou um gato Tsume.
- Ah! Yasha!
- Desista Tsume, quando Yasha não quer falar, ela nunca fala mesmo. - Disse Simon.
Acabei ficando algum tempo conversando, quando me lembrei do Demo lá fora e disse que tinha que ir para casa, o pobrezinho estava lá fora sem água e eu ainda tinha que dar comida pra ele. Simon ainda ia ficar na delegacia, então acho que quando chegar em casa posso ter meu momento de depressão. A conversa sobre o motivo de meu afastamento escolar me fez lembrar do Hiiro de novo.... Que Infortúnio. Tsume me acompanhou até o lado de fora, foi quando Demo viu ele e rosnou.
- Demo! Tsume é amigo! - Falei, mas Demo parecia me ignorar.
- Isso é estranho, Huskys Siberianos são umas das raças mais próximas dos lobos.... Como ele pode me estranhar....? - Perguntou Tsume com aquela expressão séria misturada com confusa.
- Você vive na reserva e tem contato com lobos não é mesmo?! - Falei, afinal essa seria a resposta mais lógica para o que ele falou.
- É..... Eu passo bastante tempo... Com lobos... Não esperava que o Demo fosse me estranhar assim. - Tsume continuava a olhar Demo, que por sua vez continuava a fazer sons de ameaça.
- Me desculpe por isso Tsume, acho que ainda tenho que ensinar algumas coisas ao Demo.
- Talvez... Até mais Yasha, foi bom te reencontrar!
- Eu digo o mesmo Tsume! - Dei um sorriso e acenei.
Ao chegar em casa, e o coitadinho do Demo bebeu tanta água que fiquei com pena dele, e até pedi desculpas por ter demorado. Coloquei a comida pra ele, peguei um saco de batata chips, coloquei uma blusa e um short mais leves para usar dentro de casa. E por mim, me enfurnei no computador. Navegando na internet, baixando musicas, conversando no msn, lembrando do Hiiro.... Já vi que vai ser mais difícil do que eu imaginei livrar meus pensamentos dele.
Foi tudo normal como sempre, e no dia seguinte estava chovendo tão forte que não achei necessidade de sair de casa. Quinta-feira, era dia de eliminatórias, e então Jonas veio aqui em casa. Enquanto Jonas e Simon assistiam televisão lá na sala, eu e Tsume ficamos conversando do lado de fora, relembrando o passado e nos atualizando sobre o presente de cada um. Demo ainda não foi com a cara do Tsume, mas já esta se acostumando. Me lembro que em uma parte da conversa falei sobre o Hiiro e Tsume ficou sério, ele disse que o povo da reserva e os Kyuketsuki não são muito chegados, perguntei o porque mas ele não me respondeu e logo mudou de assunto. Sexta-feira, choveu forte de novo, resultado? Dia inteiro em casa. Sábado, Tiffany veio aqui em casa com Agatha para me trazer os deveres e uma folha sobre alguma cosia que ia ter na segunda-feira, mas nem liguei, ela também me disse que entregaram uma folha de autorização para que os pais aprovem a saída dos alunos a um passeio de campo e que depois quando eu voltasse eu deveria pedir a minha folha de autorização.
Elas foram embora por volta das 5, as 6 eu fui passear com Demo, as 7 eu já tinha tomado um bom banho e estava no computador, as 8 eu tinha começado a fazer o jantar, depois de 8:30 Simon chegou em casa depois de passar uma boa parte do dia tentando resolver alguns casos que estão se tornando freqüentes por aqui, 9 horas eu estava vendo televisão com Simon. Foi as 10 que eu voltei para o computador, quando bateu aquela fome e eu desci para a cozinha e descasquei uma laranja, quando eu fui dividi-la ao meio, acabei deixando o dedo indicador no lugar errado e acabei me cortando. Não foi nada grave mas estava sangrando, então coloquei um bandand, mas o corte atravessava meu dedo, então não estava muito firme.
Fui dormir era quase meia noite. Adormeci logo. Quando era quase um hora da manhã, acordei com um barulho de algumas coisas caindo e quando comecei a levantar a cabeça ouvi minha janela abrindo com tudo, assustada, liguei a luz e dei um grito. A minha estante de livros estava tombava na parede, os livros todos no chão, a janela escancarada, a cortina rasgada como se tivessem puxado com tudo, as folhas e os cadernos que estavam na mesa do computador estavam espalhados. Simon chegou 5 a 6 segundos depois de eu ter gritado, segurando o revolver. Resumindo, puxei um colchão para o quarto do meu pai e dormi lá.
- O que é isso na sua mão? Te machucaram? - Perguntou Simon ao ver meu dedo um pouco manchado de sangue.
- Ah! Fui eu que cortei o dedo pai, hoje quando fui cortar uma laranja. Realmente, o bandand estava mal colocado, deve ter soltado - Falei olhando para o dedo indicador - E pior é que ainda esta sangrando, acho que cortei mais fundo do que eu pensei....
Meu pai ficou mais aliviado quando soube que o machucado não foi feito por alguma pessoa, e sim pelo meu azar. E mais uma vez adormeci me fazendo perguntas, afinal, o que diabos foi aquilo hoje de madrugada?!